Café Santa Monica avança com doses individuais

Tradicional fabricante de café gourmet investe em cápsulas biodegradáveis e amplia oferta de produtos para o varejo e o food service

Tradicional fornecedor de produto gourmet para o food service, o Café Santa Monica agregou mais um item ao portfólio comercializado para esse segmento, o café em cápsula, que chega em embalagem biodegradável da marca Leonardi contendo oito gramas. As cápsulas biodegradáveis também passarão a ser utilizadas na linha de varejo da empresa a partir do segundo semestre, informa o diretor do Café Santa Monica, Marcelo Moscofian.

Para o mercado doméstico, o produto é compatível com as máquinas Nespresso e contém 5,5 gramas de café. As doses individuais da bebida estão no foco do Santa Monica. A empresa está investindo na identificação das cápsulas com a marca e as especificações do conteúdo, informações que atualmente ficam restritas às caixas.

Não à toa as cápsulas têm chamado atenção dos fabricantes. Moscofian informa que a facilidade agrega muito valor ao produto. Em volume de matéria prima elas representam 2% do café consumido no mercado em geral, mas garantem 14% do faturamento, segundo o dirigente.


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EXPANSÃO NO VAREJO
Foi outro produto em dose individual que abriu portas no varejo para o Santa Monica, conta Moscofian. A procura dos clientes pelo café consumido em restaurantes, cafeterias e padarias levou a empresa a investir no varejo, há três anos. Para tanto, buscou um produto diferenciado e lançou o Drip Coffee, ou café de bolso, como é conhecido. A própria embalagem serve de coador.

A partir do Drip Coffee lançado em versão gourmet, o trabalho do Santa Monica ficou mais conhecido nesse mercado, que nos dois primeiros meses deste ano respondeu por 40% do faturamento da empresa. No ano passado essa participação oscilou entre 15% e 25%, dependendo do mês. A expectativa é de que até dezembro as participações sejam divididas mio a meio.

No varejo os volumes são outro. As grandes redes aceleram a distribuição. Atualmente são 150 pontos de venda da marca, informa Moscofian.

São muitos os lançamentos da empresa para impulsionar esse crescimento, parte deles adaptações do portfólio já oferecido no food service. Em abril estará nas gôndolas o Drip Coffee nas versões intenso, um pouco mais forte do que o gourmet, e orgânico.

Além do café, a empresa lançou em janeiro as doses individuais de cappuccino, chocolate cremoso e chai, para serem misturadas com leite quente. De acordo com Mocofian, elas garantem uma bebida intensa. “Não é uma bebida fraca, com soro, é bem agradável e tem ótima aceitação do varejo”, afirma.

Atualmente essas ‘monodoses’ são vendidas em caixas fechadas, mas o objetivo é que sejam vendidas também individualmente para propiciar a degustação pelos consumidores, sendo colocadas, por exemplo, na frente de caixa nos supermercados.

MICROLATE COM EMBALAGEM NUMERADA
No rol dos produtos da marca que visam o consumidor final há ainda outra novidade. O café é considerado especial quando atinge nota superior a 80 na avaliação de diferentes quesitos que fazem parte de uma classificação estabelecida pela SCAA (Specialty Coffee Association of America). E do volume total de café gourmet produzido pela Fazenda Santa Mônica, um lote menor alcança 86 pontos, o que o torna mais raro, informa Moscofian.

Neste ano, a empresa vai vender 1,5 mil embalagens numeradas desse café. A previsão é lançar o produto no Apas Show, feira promovida pela Associação Paulista de Supermercados, que será realizada entre 7 e 10 de maio.

INTERESSE CRESCENTE DO CONSUMIDOR
O interesse dos consumidores pelos cafés especiais é crescente, garante a barista Luciana Ribeiro, que coordena a equipe de baristas do Santa Monica. Eles querem saber mais sobre os produtos e experimentar cafés diferentes, diz. Nas degustações promovidas nas lojas, os profissionais explicam, por exemplo, que o café gourmet exige um cuidado especial desde o plantio e a planta precisa ser da espécie arábica.

Os cafés tradicionais usualmente são uma mistura de produtos comprados de cooperativas e a torra muitas vezes precisa ser mais acentuada para eliminar algumas impurezas como a palha, esclarece Luciana. A torra média traz o equilíbrio entre amargor, acidez e doçura, informa. O Santa Monica usa as variedades Mundo Novo e Catuai, a primeira confere mais corpo ao café e a segunda é mais doce, uma doçura natural da própria fruta.

FOOD SERVICE
A empresa mantém treinamento para as equipes do food service não apenas sobre os diferenciais dos produtos, como também sobre técnicas de extração, vaporização e inclusive a Latte art, que forma desenhos, além de preparo de drinques.

EXPORTAÇÃO
Os avanços do Santa Monica não se limitam ao mercado local. A exportação de café verde está sendo substituída pela de café torrado, de maior valor, fornecido para o food service e para o varejo com marca própria. Mas a exportação ficará com o excedente, o foco é o mercado local, destaca Moscofian. No momento, a venda externa fica com menos de 5% da produção.

HISTÓRIA DA MARCA
O Café Santa Monica foi fundado em 1985 e o processo é verticalizado, do plantio até a torrefação. A Fazenda Santa Mônica está localizada em Machado, no sul de Minas Gerais, e mantém outras cinco fazendas em torno dela, de modo que juntas elas garantem cerca de 8 mil sacas de café por safra. “Somos um dos poucos produtores que chegamos até o varejo”, diz Moscofian. O dirigente informa que uma fazenda produtora de café usualmente tem entre 10% e 30% de produto gourmet, na Santa Monica esse percentual varia entre 60% e 80%.

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