Tecnologia muda delivery de alimentos

Pesquisa da Rizzo Franchise mostra alta de 15% na receita de empresas que trabalham exclusivamente com entregas

Uma pesquisa da consultoria Rizzo Franchise mostra que as redes de franquia de alimentação que trabalham exclusivamente com delivery estão crescendo. O levantamento identificou 38 marcas no ano passado, ante 33 de 2015, o número de unidades passou de 654 para 693, e a receita de R$ 490,01 milhões para R$ 567,22 milhões, alta de 15,75%. São negócios com investimentos e despesas reduzidas e com maior facilidade de instalação, e que são beneficiados, particularmente nos grandes centros, por uma soma de fatores, que inclui a conveniência de não enfrentar os problemas de trânsito, de estacionamento e ter maior segurança.

Para os interessados no negócio, o presidente da consultoria, Marcus Rizzo alerta que é preciso certificar-se de que se trata de um especialista em delivery. Não basta ter um bom produto. É preciso garantir que ele chegue no tempo certo e com qualidade na casa do cliente.

EXPERIÊNCIA DA DIDIO

“O delivery é um outro negócio”, afirma o presidente da Didio Pizza, Elidio Bazini, que já trabalhou também com restaurante. Para garantir maior proximidade com o cliente, a Didio tem investido nas tecnologias digitais. No ano passado lançou o Didio Now e passou a ter um sistema próprio para atendimento por aplicativo no celular e por meio de um e-commerce.

O canal vem crescendo de maneira expressiva, hoje 30% das vendas chegam por esse meio, quer pelo aplicativo próprio, ou outros que já atuam nesse mercado, ou ainda site na internet. E a meta de Bazini é que até o final do próximo ano 70% das vendas aconteçam por esse canal. A rede está implantando também um chatbot para que os pedidos possam ser feitos pelo Facebook, por exemplo.

Bazini diz que a rede estimula a conversão de pedidos para esse canal, quem baixa o aplicativo, por exemplo, tem desconto, e com isso a venda pelo digital vem crescendo 1% ao mês. Mas é preciso manter estrutura em tempo integral. O cliente que pede pelo aplicativo não quer receber ligação e quer resposta no momento, senão vai se sentir frustrado, afirma Bazini.

CONHECENDO O CLIENTE

O caminho facilita as estratégias de proximidade com o cliente, realização de promoções e campanhas, além do gerenciamento do serviço prestado. O cliente consegue rastrear o pedido, e a empresa sabe que dia e a que hora ele costuma comprar e pode oferecer uma opção de acordo com os hábitos do cliente, interagir com ele.

“Interação é fundamental para um negócio só delivery, porque eu não sou um restaurante onde eu estou olhando para o cliente para saber se ele está insatisfeito ou não”, afirma Bazini. Para fazer essa medição, a Didio está implantando um sistema por meio do qual o cliente receberá um SMS cerca de uma hora depois de receber a pizza para saber qual foi a experiência dele com a compra. Se não se mostrar totalmente satisfeito, receberá um pedido para informar qual foi o problema.

Rizzo informa que cada vez mais as empresas que trabalham exclusivamente com delivery estão desenvolvendo aplicativos personalizados, além do canal de comunicação direta com o cliente, ele diz que os custos com o uso de aplicativos do mercado para quem trabalha exclusivamente com entregas, considerando também a taxa de entrega, muitas vezes inviabiliza a operação.