Pesquisas desenvolvidas pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e pela Fiocruz do Recife mostram que o óleo essencial de orégano é um eficaz substituto dos produtos químicos utilizados por indústrias e restaurantes para eliminar bactérias de superfícies de inox. A proposta do uso do óleo essencial na higienização dessas superfícies é inovadora, afirma a professora do departamento de engenharia de alimentos da Universidade Federal da Paraíba, Marciane Magnani.
“Os estudos avaliaram o uso como substituto de sanitizantes químicos usualmente utilizados na indústria de alimentos e em serviços de alimentação e nutrição, que incluem restaurantes comerciais e institucionais, escolas, hotéis, dentre outros estabelecimentos”, diz. O óleo essencial de orégano age eliminando bactérias ou comunidades de bactérias das superfícies feitas de aço inoxidável.
Não há prazo definido para que o produto desenvolvido pela UFPB e pela Fiocruz entre no mercado, porque está em fase de patente. Posteriormente, poderá ser adotado inclusive por empresas que já fabricam desinfetantes e produtos químicos, acredita Marciane. Na avaliação da professora, a tendência é que o produto feito com o óleo essencial de orégano tenha custo igual ou inferior aos sanitizantes fabricados à base de cloro.
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Marciane esclarece que o óleo de orégano poderá ser utilizado da mesma forma como se utiliza hoje o hipoclorito de sódio, por exemplo. Deverá ser adicionado sobre a superfície em concentrações específicas, por, no mínimo, 10 minutos e posteriormente realizado o enxágue. Esse tempo é suficiente para eliminar as bactérias, desde que a superfície seja de aço inoxidável.
A equipe da universidade estuda a possibilidade do uso de óleos como sanitizantes há cerca de quatro anos, com diversas análises realizadas por alunos de pós-graduação e professores da área de Nutrição e Alimentos, mas os docentes envolvidos nessas pesquisas já realizam estudos com o óleo essencial de orégano há mais de dez anos e conhecem a forte atividade antimicrobiana da erva. Tendo publicado diversos estudos sobre o assunto.
As pesquisas foram realizadas especificamente com uma bactéria, o Staphylococcus aureus. No entanto, o grupo de pesquisadores já vem experimentando o uso do óleo essencial de orégano contra outras bactérias, informa Marciane.
“A principal vantagem é que o consumidor utilizará um desinfetante de base natural, não deixando resíduos tóxicos nas superfícies, nem nos equipamentos. Essa é uma tendência mundial.
Além do mais, se sabe que os sanitizantes químicos são corrosivos, o que não acontece com o produto testado (orégano). Teríamos um ganho de mais segurança para os manipuladores e o meio ambiente”, afirma a professora.