
Marcas brasileiras relançam produtos com apelo nostálgico para atrair consumidores.
Bolinhos Ana Maria, chocolate Surpresa, leite fermentado Chambinho, biscoito Passatempo. Todos são alimentos que marcaram a infância de quem cresceu nas décadas de 1980, 1990 ou 2000 — e, nos últimos tempos, retornaram às prateleiras do varejo no Brasil. A nostalgia virou ingrediente para a indústria alimentícia globalmente. É o que os profissionais do setor chamam de marketing da nostalgia.
No Brasil, o relançamento depois de 20 anos do chocolate Surpresa pela Nestlé — com os icônicos cards colecionáveis — teve sucesso imediato, assim como o relançamento do Lollo na embalagem original. A mesma Nestlé resgatou também o Nescau Ball, ainda que em edição limitada.
Para a marca de bolinhos Ana Maria, do grupo mexicano Bimbo relançou sabores clássicos com embalagens retrô, como sabor de chocolate, mas com menos gordura trans que a encontrada na receita antiga. E a Pepsi reativou o popular Pepsi Twist, apelando ao sentimento nostálgico de toda uma geração.
Na Páscoa 2025, marcas como Garoto e Kopenhagen apostaram em revisitar alimentos com cara de infância. Dona da marca Garoto, a Nestlé lançou, por exemplo, o ovo de Páscoa Caribe, resgatando o apelo de um bombom clássico, teve um aumento de 234% nos acessos ao site da marca em janeiro. Já a Kopenhagen relançou o Ovo da Moranguinho em edição especial lembrando a bonequinha colecionada nas décadas de 1980 e 1990.
MEMÓRIAS E NOVAS GERAÇÕES
Além do apelo emocional, a volta dos alimentos com cara de infância é também uma resposta ao novo comportamento dos consumidores no Brasil. De um lado, os millennials que cresceram com esses produtos e, agora, pais, querem compartilhar a memória afetiva com os filhos.
De outro, a geração Z, consumidores entre 15 e 28 anos que consomem estética retro em busca de “novidades com história” e “comfort food”.