A suíça Nestlé recentemente anunciou que investirá para só empregar em seus produtos ovos de galinhas criadas soltas e não em gaiolas como é o sistema em uso pela maioria da indústria.
Segundo a empresa, a medida valerá não apenas para ovos inteiros in natura como para seus derivados, citando como exemplo o ovo em pó. E deu prazo para essa transição.
Nos Estados Unidos e na Europa, a previsão é comprar apenas ovos cage-free (da expressão em inglês sem gaiola) a partir de 2020.
Para todas as demais regiões do mercado das Américas, que inclui o Brasil, o prazo para completar a transição de ovos de galinhas confinadas para ovos de galinhas livres será 2025, o mesmo valendo para o Oriente Médio, a África e a Oceania.
Na Ásia as mudanças não têm prazo determinado. Vão depender das condições de mercado, informa comunicado distribuído pela empresa ao mercado internacional.
A Nestlé é a mais recente grande companhia, de um grupo cada vez maior de empresas da indústria de alimentos e de cadeias globais de restaurantes ou lanchonetes, a anunciar à volta ao passado, em que as galinhas poedeiras eram criadas soltas, fazendo ninhos para botar ovos. O movimento começou no ano passado no mundo por Estados Unidos e Europa e foi se ampliando ao longo de 2017.
Promovida por entidades que lutam em favor de animais por acreditarem que o confinamento de galinhas representa um tipo de crueldade no manejo das aves, a mudança esbarra, dizem os especialistas, na capacidade de o modelo cage-free dar conta de substituir o volume atual da produção global.
No Brasil, a produção em 2016 foi de 39,18 milhões de unidades, de acordo com relatório da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Não há números acerca da produção de ovos originados de galinhas que vivem soltas (cage-free).