Inteligência artificial ajuda o varejo a comprar melhor

Sistema analisa histórico de vendas, condições climáticas, questões micro e macroeconômicas para oferecer sugestão de encomendas

Um sistema desenvolvido pela empresa paulista Tevec está ajudando marcas como Danone e Kopenhagen a garantir que o consumidor encontre o que precisa na prateleira e a oferecer produtos sempre frescos.

Utilizando inteligência artificial, o sistema define as quantidades de reposição de cada item para cada ponto de venda, de modo a minimizar os riscos de o consumidor não encontrar o produto procurado, ou de haver excesso de itens, que acabam ficando por muito tempo nas prateleiras e até passando do prazo de validade.

Para oferecer uma sugestão de pedido, que seja a mais ajustada possível com a demanda futura, o sistema avalia uma série de parâmetros como: histórico de venda de cada produto em cada loja; condições climáticas; ações de marketing ou promoções em curso; questões microeconômicas; renda per capita da região; entre outros.

Todas essas informações ajudam a manter um estoque mais adequado em cada unidade. Com isso minimiza problemas de falta de produto e evita o excesso, que pode resultar em perda para a loja e para o fabricante, o que inclui o custo logístico e de produção, esclarece o fundador e CEO da Tevec, Bento Ribeiro.

OUTRAS VANTAGENS

Para o consumidor, Ribeiro cita duas vantagens. A primeira é que o produto acaba chegando mais fresco, uma vez que o estoque está sempre sendo renovado corretamente. Não corre o risco de pegar um produto que está muito próximo do vencimento.

“Isso quando você fala em produto perecível é muito emblemático, pois, você não vai pegar um chocolate da Kopenhagen que já está mais duro”, exemplifica. A segunda é a facilidade de encontrar todos os produtos da lista de compra, sem necessidade de substituir a marca ou ir a outro local.

A parceria com a Danone tem cerca de um ano e meio e o sistema já está implantado em 370 lojas. Até o final do ano deve chegar a 700 pontos. Segundo a Tevec, a empresa reduziu as perdas em 6% e elevou em 10% as vendas. “O vendedor deixa de ser uma pessoa que tem que chutar quanto ao valor de reabastecimento para passar a ser um meio de relacionamento humano com o gerente da loja, o papel dele passa a ser de convencer a loja a aceitar o pedido sugerido, de relacionamento, que de fato é o papel dele e não de fazer análise estatística, matemática de quanto tem que acontecer”, afirma Ribeiro.

De acordo com o fundador da Tevec o sistema fica hospedado no datacenter da Amazon, em Oregon (EUA) e não estabelece limite no número de itens nem de lojas a serem monitorados.