Brasileiros experimentam mais cervejas

Número de microcervejarias cresce no país e deve ficar perto de 500 até o final deste ano, diz especialista.

Brasileiros experimentam mais cervejas

A oferta de cervejas especiais só cresce no Brasil. De acordo com o especialista Robson Grespan, em 2010 o país contava com 150 microcervejarias, aquelas que fazem no máximo 100 mil litros por mês. Seis anos depois, em 2016 já eram 387 e neste ano este número deve ficar em torno de 500 microcervejarias.

Grespan diz que a cerveja é o vinho de dez anos atrás, o consumidor não é fiel a uma marca e está buscando novidades, experimentando. As pessoas se aventuram no meio cervejeiro porque existem mais de 120 estilos diferentes de cerveja no mundo. São cervejas amargas, ácidas, acéticas, mais doces, mais fortes, mais encorpadas. “As pessoas vão comprando para experimentar, compram as marcas que consomem, mas vão experimentando.”

PARTICIPAÇÃO DAS ESPECIAIS AINDA É PEQUENA
Nos Estados Unidos, as artesanais respondem por 15% do mercado. No Brasil, a artesanal fica com 1% do mercado, a premium tem 5% e a pilsen, 94%. “Mas é 1% de um mercado de 13 milhões de hectolitros que o Brasil produz”, afirma Grespan. O especialista diz que essa participação vem crescendo e até 2020 as artesanais ficarão com entre 5% e 6% do mercado. Ele explica que a maioria das microcervejarias tem como proprietários empresários que já estão em outros negócios, uma vez que o peso dos impostos é expressivo, de cerca de 60% do custo de produção, carga que fica muito mais diluída para os grandes produtores.

Grespan está assessorando a importadora de produtos alimentícios Golden Foods em sua estratégia de trazer novos rótulos de cerveja para o mercado brasileiro. Neste ano, a empresa carioca está trazendo ao país produtos de duas cervejarias, da Martens, segunda maior cervejaria da Bélgica, e da dinamarquesa Harboe.

São os rótulos Martens Gold (tipo lager com 4,2% de álcool), Martens White (5% de álcool) e Martens Pils (tipo pilsener com 5% de álcool). Já da Harboe chegam a Bear Beer Premium Lager (5% de álcool) e a Bear Beer Wheat Beer (tipo weissbier com 5% de álcool).

DICAS DE CONSUMO

Diferentemente das pilsen, feitas para serem tomadas supergeladas, as cervejas especiais precisam ser mais saboreadas, esclarece Grenspan.

Regra básica de temperatura: aumentar três graus na graduação alcoólica da bebida para chegar à temperatura ideal de consumo. Ou seja, se a cerveja tem 9% de álcool, deve ser tomada a uma temperatura de 12 graus.

“Se pegar supergelada não vai sentir as características da cerveja, tem cerveja que traz a baunilha, o maracujá, o malte, tem que sentir o gosto da cerveja”, afirma o especialista. Grespan diz que é possível identificar até qual o lúpulo empregado. “Tem algumas que trazem características de especiarias, outras são condimentadas, com notas de frutas amarelas, frutas vermelhas, outras são florais.”