O jejum intermitente usado no processo de emagrecimento

A prática não é consenso entre os profissionais da área, mas eles concordam que a manutenção dos resultados depende de uma mudança nos hábitos alimentares

Jejuar é uma prática antiga. Atualmente, porém, muito se tem falado dela como uma eficaz opção para acelerar o processo de emagrecimento. Ao jejum intermitente não só se atribui a redução de peso como também uma melhoria em processos metabólicos.

Entretanto, nem todos os profissionais da área são favoráveis a essa prática. E, em um ponto, todos concordam: resultados duradouros dependem da mudança nos hábitos alimentares. Além disso, é importante uma orientação profissional, uma vez que existem restrições.

O QUE É : Segundo Rodrigo Polesso, especialista em Nutrição Otimizada para Saúde e Bem-Estar, que indica a prática em seus programas de emagrecimento, existem alguns protocolos de jejum intermitente nos quais se permanece 12h, 16h, 24h, 36 horas ou mais sem alimentação.

Polesso recomenda e considera mais fácil no dia a dia a prática de ficar 16 horas sem se alimentar, incluindo um jantar às 20 horas e no dia seguinte o almoço às 12horas, pulando o café da manhã. Água, café, chás pode e são recomendados para evitar desidratação. Sem açúcar, e melhor ainda se for também sem adoçante.

BENEFÍCIOS : O especialista diz que é comum pessoas acima do peso estarem com o hormônio que produz insulina cronicamente alto no sangue, promovendo o armazenamento de gordura, e a forma comprovada para reduzir a presença desse hormônio no sangue é fazer jejum. Entre os benefícios ele cita também a redução da glicemia.

DÚVIDAS : A nutricionista do HCor Juliana Dantas informa que há alguns estudos que mostram bons resultados, como a redução de gordura no fígado, por exemplo, mas ressalta que esses estudos são pequenos e que não há evidência forte para que a prática seja recomendada. “Não há estudo científico robusto que comprove os benefícios desse tipo de intervenção”, diz. E acrescenta que longos períodos sem alimentação podem provocar dor de cabeça, tonturas.

“A prática pode aumentar o estresse e além de causar dores de cabeça, desencadear uma compulsão alimentar, quando o indivíduo compensa o período em jejum, no qual houve restrição energética, comendo em excesso”, afirma a também nutricionista, Jucilene Martines, da consultoria Equilibrium.

CUIDADOS : Se decidir adotar o jejum intermitente, o melhor é que receba orientação profissional antes. Os especialistas destacam os cuidados que os diabéticos, por exemplo, precisam ter. “Pessoas com diabetes devem ter atenção redobrada ao realizar o jejum intermitente para evitar a hipoglicemia”, afirma a nutricionista da Equilibrium. “Ele deve ser feito com o acompanhamento de um profissional e de maneira individualizada, uma vez que cada organismo reage de uma forma”, complementa.

MANTER A FORMA : Além disso, é preciso se aplicar na reeducação alimentar para manter os resultados alcançados. “Se a pessoa está acima do peso é porque a alimentação não está correta. Sem uma reeducação alimentar, essa prática tem resultados de curto prazo, com o tempo a perda de peso diminui, e isso faz com que as pessoas fiquem desmotivadas e voltem aos hábitos comuns”, diz a nutricionista Juliana Dantas, do Hcor.

NOVOS HÁBITOS : Polesso afirma que a qualidade do que se come é mais importante do que a quantidade e defende uma mudança no estilo de vida alimentar, com a adoção de uma Alimentação Forte, que entre outros pontos, prioriza refeições que cincorporem maiores quantidade de nutrientes e redução no consumo de carboidratos.