Dona da Sadia, BRF terá carne de laboratório

Dona da Sadia, BRF terá carne de laboratório
Aleph apresenta o primeiro steak rib do mundo sem abate, usando tecnologia de bioimpressão tridimensional (3D) e blocos de construção naturais de carne.

Entre 2024 e 2025, a BRF terá carne de laboratório para vender no mercado brasileiro. Para isso, vai recorrer da tecnologia de carne cultivada da israelense Aleph Farms. No início de março, as duas empresas anunciaram que assinaram memorando de entendimento para que a dona das marcas Sadia e Perdigão desenvolva e produza carne “usando as plataformas de produção patenteadas da Aleph (BioFarm). “A BRF também distribuirá produtos de carne bovina cultivada com a Aleph no Brasil”, informam as empresas em comunicado ao mercado.

O acordo ainda depende de aprovação por parte dos órgãos reguladores brasileiros. Prosperando as negociações, a BRF será a primeira empresa brasileira com projeto de carne cultivada. A intenção é suprir a demanda por proteína animal com menos impacto ambiental que o modelo tradicional de abate.

A chamada carne de laboratório tem por base as células bovinas, que são coletadas e cultivadas em laboratório até formarem os tecidos. Esses tecidos são à base para dar forma aos diferentes cortes, como o bife apresentado no mês passado pela Aleph em parceria com o Technion – Instituto de Tecnologia de Israel (foto acima).

A carne de laboratório é desenvolvida para ter os mesmos sabor, textura e cheiro da carne de abate.

VANTAGENS DA CARNE DE LABORATÓRIO

Quando comparada ao modelo tradicional de criação de gado e abate, a produção da carne de laboratório é bem mais rápida. Se o processo convencional leva três anos até o abate do animal, a carne cultivada está pronta em um mês, afirma a Aleph.

Por enquanto, um quilo da carne de laboratório custa em torno de US$1 mil. Mas ao ganhar escala industrial o preço tende a cair a patamares competitivos. De acordo com a Aleph, a partir de 2024, a empresa terá capacidade de produção ao equivalente a 40 mil cabeças de gado por ano, mas consumindo apenas 2% de área e 5% de água.

Conforme publicado pela Agência Globo, a BRF começaria pelos cortes mais nobres. Além de usar a carne de laboratório em produtos processados, como lasanhas, ou modelados, como hambúrgueres.

“A BRF está pronta e com a responsabilidade de assumir um papel de liderança nesta revolução alimentar e ser um participante ativo em uma das maiores transformações do setor desta geração”, declarou no comunicado à imprensa Lorival Luz, CEO da companhia.