Para que servem os alimentos funcionais

Confira as orientações da nutricionista da Grings sobre consumo e conservação, especialmente para o MeuCardápio.

Para que servem os alimentos funcionais

Alimentos funcionais antes pouco consumidos, como linhaça, chia, cúrcuma e chá verde estão cada vez mais frequentes no cardápio do brasileiro. São chamados alimentos funcionais aqueles que além de nutrir o organismo têm substâncias que ajudam a curar ou prevenir doenças. Alguns, inclusive, têm efeito anti-inflamatório comparado ao de medicamentos industrializados, são os nutracêuticos como a cúrcuma e o chá verde, informa a nutricionista Marília Zielinski, da Grings Alimentos Saudáveis.

Embora qualquer quantidade consumida desses alimentos seja benéfica para a saúde, para atingir objetivos específicos é preciso lançar mão de determinados alimentos e combinações de quantidades sob a orientação de um profissional de nutrição, que por meio de exames prévios vai identificar as necessidades de cada indivíduo, explica Marília que a pedido do MeuCardápio dá algumas recomendações em torno do consumo.

Ler o rótulo: é fundamental consultar as informações nutricionais de modo a saber se aquele alimento é adequado para o próprio consumidor. Há casos em que não devem ser consumidos, ou devem ser consumidos com parcimônia ou ainda em horários determinados. Por exemplo, pessoas com diverticulite devem evitar pequenas sementes e grãos; pessoas que estão acima do peso devem consumir pequenas quantidades do óleo de coco; a cúrcuma deve ser evitada por pessoas com pedra na vesícula; o chá verde deve ter seu consumo limitado para pessoas hipertensas e não deve ser consumido à noite por pessoas que sofrem com insônia.

Combinações: para pessoas que não têm restrições, a mistura de quaisquer dos alimentos funcionais é livre. O ideal é o consumo de um a dois deles a cada refeição. “O que pode acontecer é, por exemplo, um alimento rico em ferro consumido junto um alimento rico em cálcio, o mineral de um impedirá a absorção do mineral de outro (carne e leite). Mas alimentos funcionais geralmente não possuem esse tipo de restrição”, destaca a nutricionista.

Para começar: se o produto está sendo consumido pela primeira vez o indicado é começar com pequenas quantidades, uma vez ao dia, e verificar como o organismo se comporta. Se for tudo bem, pode aumentar o consumo gradualmente até que o organismo se acostume com o alimento garantindo os benefícios esperados.

Conservação: os produtos devem ser guardados na embalagem ou em potes fechados em locais secos, frescos e arejados e, de preferência, sem incidência de luz, para melhor preservação de suas substâncias ativas. Os grãos e sementes são muito propícios à infestação de pragas de cereais, assim, as embalagens devem estar bem vedadas para evitar a entrada de carunchos e mariposas. Produtos armazenados a altas temperaturas ou sob incidência de luz (raios solares) podem apresentar rancificação de gordura, ou seja, as ligações saudáveis de gordura são desfeitas, mudando o odor e o sabor do produto e tornando esta gordura não saudável.

Benefícios e indicações gerais de consumo para seis desses alimentos
Chá verde: Tem ação antioxidante; protege as células evitando que se reproduzam de forma errada formando tumores; oferece proteção cardiovascular; e contribui para o emagrecimento. Indicação de consumo: de 3 a 4 colheres por dia.

Linhaça: Tem fibras e ômega 3 contribuindo para o emagrecimento e a saúde cardiovascular, com efeito anti-inflamatório. Indicação: 2 colheres de sopa rasa ou de sobremesa por dia.

Chia: Também tem fibras e ômega 3; efeito anti-inflamatório; contribui para proteção cardiovascular e para o emagrecimento. Usualmente se indica colocar 1 colher de sopa em cima de uma salada ou de frutas, ou ainda misturar na comida. Para emagrecer, entretanto, o recomendado é colocar 1 colher de sopa em 200 ml de água e deixar de 10 a 15 minutos até que forme um gel, essa água deve ser tomada meia hora antes das principais refeições, para diminuir a fome. Não adianta comer a chia e engolir a água.

Quinoa: É fonte de fibras e tem proteínas com alto valor biológico, ou seja, com a mesma composição que a carne tem, contribuindo para o crescimento, formação de músculos, defesa do organismo. Entretanto a quantidade de proteína na carne é maior, por isso, uma substituição não deve ser feita sem a orientação de um profissional. Indicação: dois terços de xícara de chá por refeição.

Cúrcuma: O indicado é o consumo de pelo menos 20 gramas por dia, como suplemento é mais fácil de ingerir. Utilizando só em tempero, a quantidade não será suficiente para auxiliar o tratamento de uma doença. A substância ativa curcumina tem efeito anti-inflamatório comparado ao de medicamentos, e a cúrcuma pode ser usada em tratamentos de dores crônicas como artrites e artroses, além de melhorar a resposta do organismo em tratamentos de cura do câncer, por exemplo.

Hibisco: É rico em substâncias como cálcio, magnésio, potássio e fósforo; tem propriedades cardioprotetoras e vasodilatadoras; conta com quantidade elevada de ferro, ajudando na prevenção de anemia; atua no transporte de oxigênio no organismo, evitando as dores de cabeça e o cansaço; ajuda a diminuir e até impedir a formação de novas células de gordura no organismo; e tem propriedades diuréticas. Indicação: até 1 litro de chá por dia.

Aveia: Rica em betaglucanas (fibra solúvel) que agem diretamente no aumento do colesterol bom e diminuição do colesterol ruim. Indicação: 2 colheres de sopa por dia.