Se sustentabilidade foi a palavra predominante na última década, rastreabilidade será a tendência da década que começa. Em todas as áreas, e particularmente, em alimentos. Não apenas por decisão das empresas. Também por pressão de consumidores ávidos em saber a origem do que chega à mesa e à boca. Não é fácil do ponto de vista das empresas implementar a tecnologia que permite localizar a jornada de produto a produto, desde a origem no campo até o supermercado.
Trata-se de uma tarefa complexa, e ainda considerada cara para os padrões brasileiros. Para se ter ideia da abrangência, a rastreabilidade exige que cada fornecedor registre e compartilhe as informações sobre o produto. No caso de alimento, o rastro começa pela semente até chegar ao produto de consumo.
A maneira de registrar varia. Pode vir na forma de um código de barras, que a gente já está acostumado a ver nas gôndolas. Ou aparecer como QR Code, bastando apontar a câmera do celular para ler e chegar a uma série maior de informações que as permitidas pelo código de barras. A tecnologia RFID (identificação por radiofrequência) registra e armazena em chip ainda mais informações sobre o produto em comparação aos outros dois sistemas.
TRANSPARÊNCIA PARA O CONSUMIDOR
Rastreabilidade para as empresas, significa grande controle sobre a cadeia. Para o consumidor, representa transparência, conceito que vem se tornando critério de escolha para muitos.
Uma cadeia rastreada também permite reação mais rápida a problemas em áreas sensíveis para a saúde humana como alimentos. Em 2006, por exemplo, a contaminação de espinafres com a bactéria E. coli causou a morte de uma pessoa e a internação de outras 97 nos Estados Unidos. Com o sistema de rastreabilidade, foi possível chegar à origem da contaminação: um grupo de produtores da Califórnia, lembra publicação da HF Brasil, equipe de hortifruti que é parte do Cepea, da Esalq, unidade da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba.