O consumo de queijo quase dobrou no Brasil na última década, com a mudança de hábitos, evolução da renda e maior oferta da indústria. De acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias de Queijos (Abiq) o brasileiro come, em média, 5,3 quilos de queijo por ano, considerando números das empresas inspecionadas.
Apesar do crescimento, os valores são ainda baixos comparados a outros mercados da Europa ou mesmo da América do Sul, mostrando um importante potencial de expansão. Na Argentina, por exemplo, o consumo per capita é o dobro do nosso, fica perto de 12 quilos por ano.
O Brasil produz diferentes tipos de queijo, que incluem os da tradição européia, como muçarela, gouda, parmesão, gorgonzola; e os da tradição americana (cheddar, cream cheese e cottage); além dos queijos tipicamente brasileiros como o minas frescal, coalho e o requeijão, informa a consultora de marketing da Abiq, Silmara Figueiredo.
Alguns queijos importados também já conquistaram consumidores fiéis, como os de mofo branco, alguns suíços e argentinos, mas a importação representa apenas 0,3% do consumo total, no qual se destacam muçarela, requeijão e queijo prato.
POTENCIAL ATRAI EXPORTADORES
O mercado brasileiro tem atraído interesse das empresas estrangeiras uma vez que já é um importante consumidor e com potencial de crescimento. “O consumidor brasileiro de queijos está ficando mais sofisticado e a pecuária de leite bovino é bastante disseminada”, afirma Silmara.
Silmara informou que 2016, entretanto, foi um ano mais difícil. Segundo ela, depois de cinco anos consecutivos de crescimento médio anual de 9%, a produção nacional de queijos em 2016 caiu ao redor de 3%, conforme estimativas da Abiq.
A queda foi provocada basicamente por dois fatores: foi um ano de muita seca e consequente declínio na produção de leite, cenário que gerou uma disputa acirrada pela matéria-prima que faltou; e de diminuição de renda, que resultou em queda de vendas, especialmente nos segmentos de food service e queijos finos.
Para este ano a perspectiva da produção de leite está melhor e o consumo também deve ter alguma recuperação, avalia.