De acordo com pesquisa realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os alimentos ultraprocessados representam 26,7% do total de calorias diárias consumidas pelos adolescentes brasileiros. Esse percentual cai para 19,5% entre adultos até 59 anos e para 15,1% entre os adultos com mais de 60 anos (classificados de idosos). Estão nesse grupo de alimentos, a margarina, que corresponde a 2,8% das calorias totais, o maior percentual. Depois aparecem os biscoitos salgados (2,5%) e os salgadinhos “de pacote”, com 2,1%.
Estudo coordenado pela FAO, agência para a Alimentação e Agricultura da ONU (Organização das Nações Unidas), afirma que o processamento em si não é ruim. Em vários casos, observa, é necessário até para garantir a segurança alimentar. “O perigo está na excessiva dependência de alimentos processados ricos em açúcar, gordura e sal”, alertam os pesquisadores.
Então, comer de vez em quando um sanduíche de pão de forma, queijo e presunto, acompanhado de um refrigerante não afeta a saúde de ninguém. O que não dá é para assumir os ultraprocessados como hábito alimentar diário.
Para ajudar a entender a classificação dos alimentos, a edição de 2014 do Guia Alimentar da População Brasileira, elaborado pelo Ministério da Saúde, faz uma associação simples.
A fruta abacaxi é um alimento in natura, enquanto a lata de abacaxi em calda é um produto processado. Suco em pó de abacaxi é um alimento ultraprocessado.
A mesma comparação serve para a espiga de milho; o milho em conserva; e um pacote de salgadinho à base de milho.
O peixe comprado na feira ou no mercado é considerado in natura. Todavia, a lata de sardinha é um processado. Mas o peixe empanado congelado (nugget) é um ultraprocessado.
VEJA OUTROS EXEMPLOS DE ULTRAPROCESSADOS
Assim, estão nessa categoria de alimentos, produtos que incorporam na composição ingredientes só acessíveis para a indústria. E mediante processos que só podem ser feitos em fábrica.
Mesmo opções apresentadas como saudáveis são ultraprocessados. Iogurtes adoçados e aromatizados se enquadram nesse perfil. A preferência é pelo iogurte natural. Em casa, acrescente pedaços de frutas, mel ou castanhas.
Barras de cereais também são classificadas de ultraprocessados. A lista contempla ainda refrigerantes, fast food, bolos prontos ou em caixa para preparação; doces (como balas e chocolates) e biscoitos (bolachas) em geral.
Também inclui os pratos prontos (congelados), massas, linguiças, nuggets de frango, sopas desidratadas, macarrão instantâneo, fórmulas infantis e alimentos para bebês em potes.