Alimentos integrais são bons para a saúde
Além de muitas fibras, porções diárias garantem vitaminas, proteínas e sais minerais para o funcionamento equilibrado do organismo. […]
A nutricionista Cristiane Hanasihiro, da Beneficência Portuguesa, dá dicas úteis para preparar refeições saborosas com baixo teor de gordura.
Doença silenciosa, porque não apresenta sintomas, o desequilíbrio na produção de colesterol representa um risco vascular. O diagnóstico depende da realização de exame de sangue. Constatada a elevação do chamado ‘colesterol ruim’, aparece inevitavelmente a lista dos alimentos a evitar e dos simplesmente proibidos. Durante muito tempo, essa lista restritiva se assemelhou a uma punição no plano das refeições. Mas não precisa ser assim, afirma a nutricionista Cristiane Hanasihiro, da Beneficência Portuguesa, de São Paulo, ao portal MeuCardápio.
A forma de preparo é um dos recursos para evitar as privações severas, ensina. Um dos cuidados básicos para quem enfrenta o desequilíbrio na produção de colesterol é consumir refeições com baixo teor de gordura. O perigo maior são as gorduras saturadas, geralmente, de origem animal, como as carnes, e os derivados do leite (queijos, manteiga, margarina, leite). Encontrar o equilíbrio é necessidade para quem apresenta taxas elevadas de ‘colesterol ruim’ e que também pode ser incorporada aos hábitos alimentares para prevenção de quem não tem nada.
A boa alimentação acompanhada de exercícios praticados regularmente, sobretudo os aeróbicos, funciona como uma resposta bastante eficaz a essas oscilações do organismo. Caprichar no tempero todos os dias, não só em pratos especiais, é uma das recomendações da nutricionista. A pimenta caiena – aquela compridinha que vem junto no maço de cheiro-verde na feira – é uma aliada. Não é das mais ardidas, e a capsaicina (princípio ativo que causa o ardor característico das pimentas) ajuda no controle do colesterol. Vale também para combater distúrbios de pressão alta e aumento da taxa de triglicérides, entre outros benefícios, comenta Cristiane.
Além de alho e cebola, diz ela, os refogados podem variar com ervas funcionais como manjericão, orégano, hortelã, alecrim e canela, entre tantos outros. As propriedades que eles contêm ajudam a reduzir o ‘colesterol ruim’. Usar quantidade pequena de óleo é a recomendação básica, assim como regular o sal. E quando possível usar azeite, fica melhor.
Contudo, adianta pouco incorporar o hábito de usar temperos variados se o consumo de carne permanecer o mesmo. “O que vale é o conjunto da obra”, frisa a nutricionista. Ela explica que não é preciso deixar de comer carne. Porém, não precisa incluir em todas as refeições. Se a pessoa sentir falta, pode trocar por carne de frango (sem pele) ou peixe. Se a preferência for pela carne vermelha, optar por cortes magros, como o patinho. Deixe a picanha e sua camada de gordura para churrascos eventuais, sempre acompanhada de uma boa salada e de frutas. Comece a redução gradativamente, aconselha.
Vegetais e frutas contêm muitas fibras que ajudam na absorção de gordura pelo organismo e deveriam estar presentes em todas as refeições.
Um lanche: fatia de queijo branco e uma banana. Coloque um fio de azeite na frigideira e toste o queijo e a banana dos dois lados, salpicados de canela.
Fritura: troque por preparos no forno. Outra alternativa prática são as panelas elétricas do tipo airfryer, especialmente para o frango.
Prato ideal: metade dele ocupada por vegetais (verduras e legumes), crus ou cozidos. A outra metade combina arroz com feijão (a dupla infalível) e uma proteína magra, cozida ou assada.
Um estudo realizado pela Sociedade de Cardiologia no início dos anos 2000 mostrava que 40% da população brasileira apresentava nível de colesterol alterado diagnosticado. O número alarmante levou o país a oficializar uma data para campanhas de prevenção e combate à doença. É 8 de agosto.