Baunilha-do-cerrado é encontrada em Goiás

Especiaria voltou à cena culinária por causa do programa Mestres do Sabor, no qual um dos menus de eliminação incluía o ingrediente.

Baunilha-do-cerrado é encontrada em Goiás

Difícil de encontrar no mercado, a baunilha-do-cerrado é uma especiaria brasileira, plantada em Goiás. A produção é pequena e concentrada na Cidade de Goiás, antiga Goiás Velho. A espécie voltou à cena culinária por causa do programa Mestres do Sabor. Na semana passada, um dos menus da etapa de eliminação incluía o ingrediente no preparo dos pratos. De acordo com a Rede Globo, o Menu Confiança do reality show representou uma homenagem aos alimentos do cerrado. Além da baunilha, as receitas deveriam incluir piranha e pequi.

A baunilha brasileira plantada em Goiás é maior e mais volumosa que a baunilha tradicional, explica o Instituto Brasil a Gosto. Mas, do mesmo jeito, pode ser usada para aromatizar açúcar e doces variados, como caldas, sorvetes e bombons, além de bebidas. Mais recentemente a gastronomia tem incluído a especiaria na finalização de pratos à base de carnes.

Baunilha in natura de qualquer espécie é um ingrediente caro, derivado de orquídeas de onde brotam as favas. O quilo da fava no mercado internacional atingiu o pico no ano passado, cotado a US$600.

CULTIVO SEM ESCALA COMERCIAL

No Brasil, a baunilha-do-cerrado tem favas grandes que estão prontas para a colheita quando aparecem pintas pretas. Daí, porque também é chamada de baunilha-banana, ensina a plataforma Slow Food Brasil, coordenadora do projeto Arca do Gosto, cujo catálogo de alimentos brasileiros inclui essa especiaria.

Em tese de mestrado publicada no ano passado, Cláudia Nasser Brumano, registra que a colheita da baunilha-do-cerrado coincide com a Semana Santa. E pode ser encontrada à venda até meados de julho. No trabalho ‘A Trajetória Social da Baunilha do Cerrado na Cidade de Goiás/GO’ ela comenta sobre a dificuldade de encontrar o produto no mercado.

Entre as iniciativas comerciais aponta a Sorveteria do Coreto, assim denominada devido à localização (embaixo do coreto no centro da cidade), que pontualmente consegue vender picolés e sorvetes de massa artesanais produzidos com a fava. Toda a produção da sorveteria é à base de frutos do Cerrado. Ela ainda aponta a cerveja goiana Colombiana Romaria que incorpora o ingrediente na bebida. A aluna submeteu o trabalho para obtenção de título de Mestre em Turismo pela Universidade de Brasília.