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Farinha instantânea e biscoitos são derivados da espécie encontrada principalmente na região nordeste rica em proteína que ajuda a reduzir o colesterol ruim.
A Embrapa Meio Norte, de Teresina (PI), está desenvolvendo farinhas instantâneas, biscoitos e massas à base de feijão-caupi, também conhecido como feijão de corda. De acordo com o pesquisador Jorge Minoru Hashimoto, a proteína dessa espécie é diferente da encontrada no feijão comum e ajuda a reduzir o colesterol ruim.
Com o feijão-caupi, que predomina no nordeste brasileiro, são feitos pratos típicos como baião de dois ou a massa do acarajé. Por se tratar de uma espécie mais rústica, o grão se adapta melhor a insolação e a falta de água.
O feijão comum também é muito produzido no Brasil, com variações como o carioca e o preto, muito consumidos nas regiões sul, sudeste e centro-oeste. As pesquisas da Embrapa como caupi começaram em 2013 e abrangeram o desenvolvimento de produtos semelhantes ao biscoito de polvilho e à farinha instantânea empregada para o preparo de caldo de feijão. Também estão sendo feitos experimentos para a produção de massa de macarrão de feijão-caupi.
Os desenvolvimentos seguem as tendências mundiais de obter alimentos que sejam ao mesmo tempo nutritivos, de fácil preparo ou prontos para o consumo, esclarece o pesquisador. Hashimoto diz que os salgadinhos crocantes e biscoitos de polvilho tradicionalmente encontrados no mercado contêm alto teor de amido e baixo teor de proteínas. Feitos com o feijão-caupi os mesmos produtos apresentam em torno de 25% de seu peso em proteína.
Para chegar aos produtos, inicialmente a Embrapa buscou uma metodologia economicamente viável para descascar os grãos rapidamente e transformá-los em farinha, o que foi obtido por atrito mecânico. Agora, os alimentos passarão por análises sensoriais para verificar a aceitação e o apelo de compras. Feito com o auxílio dos alunos de pós-graduação da Universidade Federal do Piauí (UFPI), o processo submete cada alimento à avaliação de, pelo menos, cem pessoas, esclarece o pesquisador. A previsão é de ter os resultados até meados deste ano.
A equipe trabalha com dois tipos de farinha, uma que tritura o feijão ainda com a casca para obter a farinha integral, e outra que descasca o feijão. A casca concentra o maior teor de fibra, mas dificulta a produção de alguns salgadinhos. Quando retirada, entretanto, não é descartada. A idéia é desenvolver com ela produtos a serem adicionados a barras de cereais ou ainda a granola. Além de fibras, a casca fornece minerais, ferro, zinco e grande quantidade de antioxidante.
O feijão utilizado é de cultivares biofortificados, melhorados geneticamente para acumular mais teor de ferro e zinco nos grãos e visam auxiliar no desafio de reduzir a desnutrição.
Entre os apoiadores do projeto estão a Embrapa Agroindústria de Alimentos, do Rio de Janeiro; a Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (FEA-Unicamp); o Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital); e a Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP).