Empresa brasileira lança cajuína em lata
Bebida derivada do suco de caju era até o momento vendida em garrafa de vidro transparente […]
Azedinha, capuchinha, ora-pro-nóbis, vinagreira são algumas das plantas nutritivas ainda pouco consumidas pelos brasileiros.
Muitas hortaliças nutritivas e saborosas estão fora do prato da grande maioria dos brasileiros por desconhecimento ou por terem deixado de ser consumidas com o passar do tempo. São plantas alimentícias não convencionais (Panc), ricas em substâncias antioxidantes, que limpam o organismo, neutralizam os radicais livres e previnem doenças, muitas delas têm durabilidade maior do que a das tradicionais.
A Embrapa tem em torno de 50 dessas hortaliças cadastradas no banco de dados, informa a pesquisadora do Laboratório de Ciência e Tecnologia de Alimentos da empresa, Neide Botrel. Azedinha, bertalha, cará-moela, capuchinha, jambu, mangarito, ora-pro-nóbis, taioba e vinagreira são algumas delas. Plantas que pela sua rusticidade são mais fáceis de cultivar. Muitas nascem espontaneamente, nos canteiros junto com outros cultivos, não têm tantas necessidades nutricionais e hídricas para crescer, e o sabor é muito bom, afirma Neide.
Ainda não existe um cultivo estabelecido para essas plantas, mas Neide conta que algumas delas já têm espaço garantido na gastronomia, tanto em pratos salgados como doces. A fisális, por exemplo, é bastante utilizada pelos confeiteiros em tortas e dela pode-se fazer também geléia. O consumo da ora-pro-nóbis também se destaca, principalmente em Minas Gerais. Na cidade de Sabará ainda existe um festival da hortaliça.
A maioria dessas hortaliças pode ser consumida ‘in natura’, mas muitas são mais interessantes com um refogado. É o caso da ora-pro-nobis, quando a folha está muito desenvolvida, verde bem escura e fica muito fibrosa.
Já a planta conhecida como peixinho ou lambari, não dá para consumir ‘in natura’. Trata-se de uma folha que contém bastante óleo vegetal e muita fibra. Quando empanada e frita lembra muito um peixe, um lambarizinho, afirma Neide.
A pesquisadora da Embrapa ressalta que é importante o consumidor se informar sobre ou conhecer as plantas antes de consumi-las. E dá algumas orientações como no caso da taioba, muitas vezes confundida com outras plantas. Ela é cortada na parte de cima, forma tipo um coração e tem uma borda que contorna toda folha.
A idade da colheita da taioba é muito importante já que por ser rica em oxalato de cálcio, se for colhida muito velha ou muito estressada, em um período de muita seca, por exemplo, pode pinicar na boca na hora de consumir. Não deve ser consumida se as folhas estiverem muito velhas e amareladas. E diferentemente do que pode ocorrer com a couve manteiga, ao ser refogada, é preciso cozinhar bem.
Para a serralha, a indicação é que sejam consumidas as folhas mais novas, antes de emitir a floração.
Com o objetivo de difundir conhecimento e traçar estratégias para ampliar o consumo e a produção dessas hortaliças, pesquisadores, produtores rurais e profissionais da área de gastronomia vão se reunir nos dias 1 e 2 de junho no I Encontro Nacional de Hortaliças Não Convencionais (HortPanc), em Brasília.
Ora-pro-nóbis: rústica, com alto teor de proteína, contém fibra solúvel, tem também alto teor de vitamina C, cujo consumo pode ser potencializado utilizando os brotos cru.
Capuchinha: é uma das flores comestíveis mais destacadas, junto com o amor-perfeito. Tem alto teor de carotenoide, um deles denominado luteína que é importante para prevenção de doenças da visão, como glaucoma e catarata. Contém também alto teor de vitamina C, um poderoso antioxidante; e suas folhas são ricas em potássio e cálcio.
Caruru: espontânea nativa, tem alto teor de proteína, vários minerais e cálcio.
Vinagreira: tem alto teor de cálcio e ferro.
Serralha: alto teor de potássio e cálcio.
Taioba: alto teor de potássio.
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