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Polo de Petrolina utiliza revestimento comestível desenvolvido pela Embrapa, que aumenta em quatro vezes a vida útil da fruta
Depois de uma tentativa frustrada de exportar o coco variedade anão-verde in natura em 2015, o produtor Edivânio Domingos saiu à procura de uma alternativa que garantisse maior vida útil à fruta, para vender ao mercado europeu.
Em 2016 encontrou a solução em um desenvolvimento feito há mais de uma década pela Embrapa: uma película comestível que multiplica por quatro a vida útil do coco. Uma alternativa essencial principalmente no período de inverno brasileiro, quando a demanda por água de coco cai no país, e é verão na Europa.
O produtor fez então o curso na Embrapa e, em 2016, enviou as primeiras remessas com tratamento para o mercado europeu. Começou com a Holanda, chegou na Bélgica e em Portugal.
No primeiro ano, foram dois contêineres de 40 pés com 12 mil cocos, no ano passado, cinco. Neste ano há novos endereços no portfólio. Além de Bélgica e Portugal, os cocos vão também para o Reino Unido, Espanha e Itália. Só em Portugal, a partir de junho, devem desembarcar 500 mil unidades.
Domingos diz que as negociações com a Europa são difíceis, e os produtos foram entrando devagar. “Agora a demanda está aumentando bastante, já pedem contrato de exclusividade, com no mínimo 30 contêineres”, afirma o empresário, da Fazenda Coco do Vale. No Brasil, dois clientes também já demandam o coco com o tratamento, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro.
De acordo com o produtor, para um contêiner com 12 mil cocos, o gasto com o tratamento fica entre R$ 800 e R$ 850. A fazenda de Domingos produz 100 mil unidades de coco por mês, mas para exportação são fechadas parcerias entre os produtores do Polo de Fruticultura do Vale do São Francisco, em Petrolina (PE).
O revestimento comestível desenvolvido pela Embrapa Agroindústria de Alimentos mantém as características nutricionais do coco e a água sem alteração de cor e sabor. O coco, que tem vida útil de cerca de 10 dias, mantém as propriedades por até 40 dias. O produto foi desenvolvido em 2005 e serve também para outras frutas como caqui, manga, goiaba e mamão.
O revestimento pode ser feito com diferentes produtos como amidos e gelatina, ingredientes usados no dia a dia na culinária, que não fazem mal. Além de aumentar a vida útil, dá brilho à fruta e chama mais atenção para o produto, esclarece o pesquisador da Embrapa, Antonio Gomes. O aumento da vida útil diminui desperdício e os custos, acrescenta.
O pesquisador informa que o revestimento diminui a taxa de respiração do fruto e assim faz com que demore mais para se deteriorar. No caso do coco, esses 40 dias são importantes porque permitem a exportação por via marítima, com custo de frete cinco vezes mais barato do que por via aérea, afirma. A Embrapa também desenvolveu um revestimento que aumenta de em média uma semana para 20 dias a vida útil do palmito.
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