Pesquisa da USP mostra efeitos benéficos propiciados a quem bebe até três xícaras por dia.
Naquele vaivém de produtos que fazem bem ou mal para a saúde, nova pesquisa redime o café. Estudo da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) com 550 paulistanos mostrou que o consumo de uma xícara de café por dia pode ser suficiente para redução dos riscos de doenças do coração, graças à quantidade de compostos fenólicos encontrados na bebida, de acordo com informações publicadas no Jornal da USP.
A autora da pesquisa, a doutoranda da FSP Andreia Miranda, disse que “embora tenha teor semelhante de polifenóis ao das frutas e verduras, o café acaba tendo maior contribuição nutricional porque o consumo diário é mais frequente.” Andreia diz que cerca de 70% dos polifenóis ingeridos dos alimentos pelos paulistanos têm como fonte o café.
Participaram do estudo homens e mulheres com mais de 20 anos de idade e foram consideradas também informações sobre estilo de vida. Os participantes formaram três grupos de acordo com a ingestão diária de café: os que tomavam menos de uma xícara, os que consumiam de uma a três xícaras, e os que ingeriam mais de três xícaras.
Os que tomavam de uma a três xícaras por dia reduziram em 55% a chance de ter pressão alta sistólica e em 56% pressão alta diastólica, se comparados aos que consumiram menos de uma xícara.
Esse consumo também reduziu em 68% a chance de a pessoa apresentar níveis aumentados de homocisteína (um aminoácido cujos níveis elevados aumentam o risco de doenças cardíacas) no sangue.
O grupo que consumia mais de três xícaras não apresentou o mesmo resultado, ou seja, o efeito protetor para o coração ocorreu apenas para aqueles que tiveram consumo moderado, independentemente da forma de ingestão, com leite, fraco ou expresso.