Fazendo compras no supermercado
Truques para o dia a dia […]
Rede que vende 3 mil toneladas de chocolate no período tem cursos para produção artesanal de ovos, usando acessórios que facilitam o trabalho
Os números são expressivos. A paulista Chocolândia vende na Páscoa 3,24 mil toneladas de chocolate. Para se ter uma ideia da importância da data para a rede, desde o dia 12 e até a véspera da comemoração, no dia 1º de abril, todas as dez lojas permanecem abertas 24 horas por dia. Três delas inauguradas no ano passado. A expansão da rede absorveu R$ 22 milhões em investimentos financiados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), informa o sócio fundador, Osvaldo Nunes.
Apesar das novas unidades, o empresário é cauteloso quanto aos resultados esperados para esta Páscoa. As encomendas ficaram nos mesmos volumes do ano passado, 3,2 mil toneladas, mas os pedidos de reposição já começaram. Ainda assim, Nunes não arrisca previsões e diz que a data da comemoração é muito importante, quando é cedo como neste ano, pega o consumidor ainda pagando muitos compromissos tradicionais dos primeiros meses, o que interfere nas vendas.
“Tivemos um recorde de 3,6 mil toneladas em 2012, a economia estava no auge e a data era favorável”, afirma Nunes, que, considerou bom o desempenho do último ano, apesar da retração econômica. A empresa é a maior revendedora de chocolate do país em tonelagem, diz o empresário. E são as barras que garantem esse desempenho. Das 3,2 mil toneladas vendidas na Páscoa, entre 170 e 180 toneladas são de ovos de chocolate, o grande volume fica com as barras, a maior parte delas para a produção artesanal de itens para a comemoração.
E a iniciativa de produzir artesanalmente conta com o apoio da Chocolândia. Criada há 33 anos, a rede oferece diversos cursos que ensinam a trabalhar o chocolate. Os usuais são de duas horas ou duas horas e meia. Pelo valor pago, que varia de acordo com o curso, o participante ganha produtos em valores equivalentes, afirma Nunes, acrescentando que ganhos entre 200% e 300% atraem muitas pessoas para os cursos. O empresário conta que a experiência desses muitos anos ministrando aulas resultou no desenvolvimento junto com parceiros de ferramentas que facilitam a produção, como forma fácil com marcação, prensa para moldar o ovo de chocolate, acessórios baratos que facilitam o trabalho.
A Chocolândia conta com uma equipe de cem professores que dão 540 aulas por mês, nos períodos da manhã, tarde e noite de segunda a domingo, para cerca de 9 mil alunos. A programação pode ser conferida no site da empresa. Apenas uma das lojas ainda não tem salas para as aulas, é a de Heliópolis. No total são 13 salas em nove unidades: Ipiranga, Lapa, Tatuapé, Santo Amaro e Freguesia do Ó (todas na capital paulista); Santo André, Guarulhos e Osasco (cidades da região metropolitana de São Paulo(SP); e São Vicente (no litoral paulista).
Os cursos têm diferentes tempos de duração, alguns são realizados em dois turnos e os profissionalizantes em três dias. As aulas não se limitam à produção de chocolate. Embora o nome remeta aos chocolates, a expansão dos negócios levou a rede a comercializar muitos outros itens, cerca de 28 mil distribuídos por 14 departamentos: frios, padaria, hortifrútis, laticínios, açougue, limpeza, perfumaria, produtos para sorveteiro, para confeiteiro, entre outros. Uma das áreas mais recentes é o açougue, implantado em três lojas, mas todas terão, garante Nunes.
Com essa marca e essa diversidade, a rede é definida pelos sócios como um supermercado diferente. Atualmente os chocolates respondem por 55% do faturamento. Nunes conta que 35 mil pessoas passam pelos caixas da rede diariamente.
Para esta Páscoa, a Chocolândia contratou 200 funcionários temporários, 50 a mais do que em 2017 devido às novas lojas. Com a equipe extra, o quadro de pessoal chega a 1,1 mil empregados.
A Chocolândia não foi a primeira iniciativa de Nunes na área. Antes comprou uma loja de doces, a La Gruta, que funcionava há 25 anos no bairro da Vila Prudente, zona leste da capital paulista. A oportunidade veio quando Nunes, então representante comercial de uma fabricante de chocolates, visitava os estabelecimentos. A necessidade de crescer o levou a um espaço maior, no Ipiranga, na zona sul, e em 1984 surgiu a Chocolândia.
Para este ano, os planos são de organização das unidades. “Não vamos fazer investimentos em grandes obras, mas se tiver prédios semiprontos, vamos continuar abrindo lojas”, diz Nunes.
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