Brasileiros bebem bem menos refrigerante

Em uma década, o consumo de bebidas açucaradas industrializadas entre os adultos caiu pela metade no país, mas cresceu a população de obesos, diz pesquisa Vigitel

Muitos brasileiros deixaram de consumir refrigerantes, sucos artificiais e outras bebidas açucaradas industrializadas no período de dez anos. Ainda não dá para saber se essa mudança de hábito tem a ver com a crise econômica que afetou o país nesse período ou se mais gente decidiu ter vida mais saudável.

Pesquisa do ministério da Saúde mostra que o consumo de refrigerantes e afins caiu de 30,9% entre a população brasileira adulta em 2007 para 14,6% em 2017. Corresponde a queda de praticamente 53%, revela a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico, também conhecida por Vigitel, realizada anualmente pelo ministério da Saúde desde 2006.

A edição mais recente, cujos principais resultados começaram a ser divulgados no mês passado pelo ministério, abrange entrevistas realizadas entre fevereiro e dezembro de 2017 com 53.034 pessoas maiores de 18 anos, de ambos os sexos, que viviam nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.

Mesmo tendo cortado o consumo de bebidas açucaradas industrializadas, como os refrigerantes, Curitiba é a cidade com maior consumo percentualmente: 20,9% tomam de uma população com mais de 15 anos de 1,5 milhão de habitantes em 2017, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2007, esse percentual era de 34,8%.

A capital cuja população menos toma refrigerantes e sucos artificiais é Natal, com média de 6,2% sobre 710 mil habitantes maiores de 15 anos em 2017. A cidade que mais reduziu o consumo percentualmente foi Salvador com corte de 69,3% na década, para 6,6% dos adultos, enquanto Porto Alegre foi onde o consumo caiu menos no período (-25,2%), diminuindo para 12,6%.

CUIDADOS COM A SAÚDE

A edição de 2017 da Vigitel aponta ainda para o avanço de outros hábitos saudáveis, como o pequeno aumento no consumo regular de frutas, verduras e legumes, com mais pessoas comendo esse tipo de alimento pelo menos em cinco dias por semana. Em 2007, 30,2% dos brasileiros tinham o hábito de sempre comer hortaliças, universo que cresceu para 33,36% dentro de uma população total que também aumentou no período.

Entre os brasileiros, mais gente passou a praticar alguma atividade física entre 2007 e 2017. Dos entrevistados, 18,3% fazem exercícios pelo menos 30 minutos por dia e em 2009 esse grupo correspondia a 14,7% da população de então, destaca o ministério da Saúde.

POPULAÇÃO OBESA

Talvez a adoção de cuidados com a alimentação também possa ter sido influenciada pelo aumento de peso dos brasileiros com mais de 18 anos e a briga com a balança. De acordo com a pesquisa Vigitel, em 2017, 18,9% da população adulta era considerada obesa e mais da metade (54%) estava acima do peso considerado normal. Em 2007, essas mesmas variáveis correspondiam a 12,9% de obesos e 43,4% conviviam com excesso de peso.

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