Aumento chega a 18% para o produtor em fevereiro, que deverá ser repassado ao consumidor já em março.
Acompanhamento feito pela Escola de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), mostra que o preço do leite recebido pelo produtor subiu na média Brasil 17% em fevereiro, comparado a igual mês do ano anterior e 2,2% na comparação com janeiro.
O valor líquido foi de R$ 1,2152 o litro. Se incluídos impostos e fretes, o valor médio fica em R$ 1,32 por litro, aumento real de 18,6% sobre fevereiro do ano passado.
Segundo pesquisadores da Esalq, a alta se deve à menor oferta pela redução dos investimentos na atividade e pelo excesso de chuvas, que desde janeiro tem provocado queda na produção, ao mesmo tempo em que o consumo aumenta com a volta às aulas.
A expectativa é que os preços sigam em alta neste mês pela oferta restrita e demanda em recuperação. Entretanto, a intensidade das altas não deve repetir o ocorrido em março e abril do ano passado, uma vez que os custos devem ser menores, principalmente pela desvalorização dos concentrados, o que pode estimular produtores a aumentar a quantidade de ração fornecida aos animais, elevando o volume de leite produzido, constataram os pesquisadores.
A elevação de preços também se refletiu nos derivados. No estado de São Paulo, o leite UHT ficou em torno de 9% mais caro no primeiro bimestre, em fevereiro o aumento foi de 4,33% sobre janeiro. O aumento do preço queijo muçarela acompanhou o do leite UHT, informou a Esalq, que pesquisa diariamente o comportamento dos derivados em cooperativas e atacadistas.
O levantamento de 2016 ainda não foi divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mas de acordo com a Embrapa, as projeções indicam que a produção de leite no Brasil registrou uma de suas maiores quedas em 50 anos. Um dos motivos foi a redução de preços no mercado internacional, o que favoreceu a importação. A quebra de safra do milho também afetou esse mercado por encarecer a alimentação do rebanho.