Com crise, mais brasileiros passaram a cozinhar

E a maioria pretende manter o hábito mesmo que a economia melhore, mostra a segunda edição da pesquisa A Mesa dos Brasileiros financiada pela Fiesp em todo o Brasil

Com o aperto das finanças provocado pela crise econômica do país, mais brasileiros foram para a cozinha preparar as próprias refeições. E a prática que começou por necessidade deverá ser mantida pela maioria, mesmo que a situação melhore.

A segunda edição da pesquisa A Mesa dos Brasileiros financiada pela Fiesp (Federação Brasileira do Estado de São Paulo) em todo o Brasil. De acordo com o levantamento, 74% das pessoas ouvidas passaram a cozinhar em casa.

O levantamento consultou 3 mil brasileiros com mais de 16 anos que vivem em 12 regiões metropolitanas: Manaus, Belém, Brasília, Goiânia, Salvador, Fortaleza, Recife, Curitba, Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, além de duas cidades do interior paulista, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.

Foi realizado em 2017, de 27 de setembro a 10 de outubro. Cozinhar cotidianamente figura entre algumas das mudanças de hábito apontadas por 70% dos entrevistados.

A principal apontada por 86% dos que mudaram foi buscar alimentos com preço em promoção e 82% passaram a pesquisar mais em busca de preços melhores. Outros 75% optaram por substituir a marca que estavam acostumados a comprar por outras mais baratas e 70% mudaram de estabelecimento para lugares com preços mais em conta.

Em relação à pesquisa de 2010, preço ganhou importância na decisão de compra. Marca e ser gostoso são os dois critérios mais relevantes para escolha do que comprar. A marca ser conhecida e o consumidor confiar é aspecto considerado por 53% das pessoas consultadas em 2017.

Há sete anos esse percentual era de 59%. Ser gostoso (saboroso) é a segunda variável mais citada (40%). Preço foi apontado por 34% do total na edição atual tomando o lugar de Ser nutritivo que aparecia em terceiro lugar em 2010.

Dos que mudaram hábitos, 63% disseram que vão manter a nova conduta, enquanto 35% pretendem retomar o estilo de vida que tinham quando a situação melhorar. Ainda de acordo com a pesquisa, pessoas da classe C, mulheres e consumidores que usam bastante internet (internautas) foram os grupos que mais alteraram os hábitos de consumo.